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Web Rádio "SAUDADE SERTANEJA, transmitindo de Bauru/SP, Sob Direção Geral de Tião Camargo

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segunda-feira, 9 de abril de 2012

História da Música Sertaneja

A música Sertaneja surgiu ainda na década de 10. O pioneiro desse movimento foi o jornalista e escritor Cornélio Pires que costumava trazer para os grandes centros os costumes dos caipiras. Desde encenações teatrais à cantores de estilos como o Catira, etc..

Em 1912, Cornélio lançou um livro chamado Musa Caipira, que trazia versos típicos.

No início da década de 20 uma instituição liderada por Mario de Andrade promoveu uma semana para divulgação da arte brasileira, onde pela primeira vez foi montado um grupo intitulado de sertanejo, com instrumentos simples como a viola caipira, misturando alguns ritmos como o Catira, Moda de Viola, Lundu, Cururu, etc... Valorizando ainda mais o trabalho de Cornélio Pires.

O primeiro registro de um grupo de música Sertaneja foi datado de 1924 (A Turma Caipira de Cornélio Pires), formada por violeiros como Mariano, Caçula, Zico Dias, Ferrinho, Mady e Sorocabinha, e alguns outros tão importantes da época.

cornelio_pires_violeiros

Agora o primeiro registro fonográfico do estilo, deu-se em 1929 quando Cornélio Pires desacreditado pela gravadora Columbia resolveu bancar do seu próprio bolso a gravação e edição do primeiro álbum, que em poucos dias de lançamento esgotou-se nas lojas. Começava daí o interesse pelo estilo por parte das gravadoras.

A primeira Música Caipira gravada foi Jorginho do Sertão, de autoria de Cornélio Pires, nas vozes de Mariano e Caçula.

Jorginho do Sertão
Cornélio Pires

O Jorginho do Sertão
Rapazinho de talento
Numa carpa de café
Enjeitô treis casamento

Logo veio o seu patrão
Cheio de contentamento
(tenho treis filhas "sorteira que
Ofereço em casamento)

Logo veio a mais nova
Vestidinho cheio de fita
Jorginho case comigo
Que das treis sô a mais bonita

Logo veio a do meio
Vestidinho cor de prata
Jorginho case comigo
Ou então você me mata

Logo veio a mais véia
Por ser mais interesseira
Jorginho case comigo
Sou a mais trabaiadeira

Jorginho pegou o cavalo
Ensilhô na mesma hora
Foi dizê pra morenada
Adeus que eu já vou me embora

Na hora da despedida,
Ai, ai, ai
É que a morenada chora
Ai, ai, ai

O Jorginho arresorveu
É melhor que eu mesmo suma
Não posso casá cum as treis, ai
Eu num caso cum nenhuma.

Assim como na música Country americana, uma gravadora que se interessou pela geração desse trabalho foi a RCA-Victor que convidou o violeiro Mandy para montar um outro grupo intitulado Turma Caipira da Victor, nascendo uma concorrência sadia entre os dois grupos e as duas gravadoras.

Já com inúmeros adeptos e crescendo a cada ano mais e mais, no final da década de 20 começou a surgir as primeiras duplas como Mariano e Caçula, Zico e Ferrinho, Sorocabinha e Mandy, na maioria violeiros das turmas do Cornélio e da Victor.

Na década de 30 surge, sem dúvida, uma das mais importantes duplas sertanejas de todos os tempos (Alvarenga e Ranchinho) que além de tudo eram muito alegres e engraçados. Uma curiosidade sobre a dupla é que de tanta "descontração" foram presos pelo governo de Getúlio Vargas.

E muitas outras duplas formaram-se, algumas trazendo a tristeza do sertanejo no peito, outras mostrando o lado alegre do caipira, etc...

No ano de 1939 a dupla Raul Torres e Serrinha inovou introduzindo à música sertaneja o Violão.
Mais para frente Raul Torres e Serrinha inovaram novamente criando o primeiro programa de rádio dedicado a música sertaneja, transmitido pela Record com a participação de José Rielli, o programa chamava-se Três Batutas do Sertão.

Surgiram vários nomes importantes da música sertaneja, e o movimento que até então era apenas do eixo São Paulo - Minas Gerais, passou a se expandir por todo o país, nascendo influências regionais como as do Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco estado de Raul Torres, Mato Grosso, etc...

Hoje em dia para qualquer lado que se olhe existe um representante da música sertaneja, que deixou de ser um tributo aos sentimentos do homem do campo para se tornar sinônimo de cifras e grande espetáculos, onde a última coisa que se ouve é o dedilhar de uma viola tocada pelas mãos calejadas da enxada e o puro sentimento ingênuo dos homens e mulheres dessas regiões.

Texto: Tião Camargo

Fonte: http://sertanejo.musicblog.com.br

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