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Web Rádio "SAUDADE SERTANEJA, transmitindo de Bauru/SP, Sob Direção Geral de Tião Camargo

terça-feira, 27 de março de 2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Cíntia e Letícia (Festa do Milho, Brotas, 25/03/2012)

Apresentação de Cíntia e Letícia, ontem, 25/03/2012, no encerramento da Festa do Milho, em Brotas. Elas são filhas do Galvão da dupla com Galatti, de Boa Esperança do Sul/SP. Com certeza, tem futuro; são afinadas, tem bom repertório, muita simpatia e simpliscidade, coisas importantíssimas para se tornar artista de sucesso.

A Festa do Milho de Brotas, mais uma vez foi sucesso. Todas as 25 atrações que constavam no cartaz da festa, todas compareceram, além de outras que não estavam, como Cíntia e Letícia.

Parabéns aos organizadores da festa, o Clube Atlético Brotense, mas um parabéns especial ao Valdir Sgorlon, o grande lutador de todos os anos.

Temos outros videos e fotos da festa que colocaremos, na media do possível, aqui no brog.

Abaixo, Valdir Sgorlon e Benedito Seviero anunciando a apresentação de Galvão e Galatti, de Boa Esperança do Sul, terra do Seviero.

João Mineiro morre aos 76 anos em SP

O cantor sertanejo João Mineiro morreu no final da noite deste sábado (24), no hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, no interior de São Paulo. João Mineiro tinha 76 anos e estava internado na UTI após uma cirurgia para retirada da vesícula.

O sertanejo ficou conhecido com a dupla João Mineiro e Marciano, a parceria durou 18 anos e rendeu até um programa de TV. A dupla se seuparou em 1993. Nos últimos anos, João Mineiro fazia dupla com Mariano.

A cerimônia de despedida do cantor começará na manhã deste domingo no velório municipal Adamastor Fernandes, em Jundiaí. O corpo de João Mineiro será enterrado na segunda-feira em sua cudade natal, Andradas, no sul de Minas Gerais.

João Sant'Ângelo (João Mineiro) nasceu em Andradas/MG em 23 de agosto de 1935.
José Marciano (Marciano) nasceu em Bauru/SP em 01 de abri de 1951.

Fonte: Jornal do Brasil.

A dupla formou-se em 1970, depois que João Mineiro desfez a dupla de oito anos com Zé Goiás, com quem cantava numa linha humorística e de raiz. Marciano procurava alguém para formar uma dupla na linha sertanejo romântico. O primeiro disco foi gravado em 1973 pela gravadora Xororó, com João Mineiro pagando a prensagem do disco. Deste primeiro trabalho destacaram-se “Filha de Jesus”, “Chovisco da Madrugada” e “Aurora do Mundo”.
Em 1980, gravaram “Esta Noite como Lembrança”, pela Copacabana.

Devido ao sucesso, e também ao fato de que a música sertaneja ser muito tocada no Brasil, João Mineiro e Marciano chegaram a apresentar um programa musical no SBT no final da década de 80, nas manhãs de domingo, que levava o nome da dupla.

Em 1990, fizeram uma excursão aos Estados Unidos, apresentando-se em Las Vegas, Nova Jersey, Boston, Nova York e Miami. Em 1991, gravaram um LP em espanhol e fizeram uma turnê de shows pelo Norte e Nordeste. Em 1992, lançaram o LP “Dois Apaixonados”. A dupla se desfez em 1993.

Após a separacão, em 1993 João Mineiro formou a dupla João Mineiro e Mariano e mantem essa mesma até os dias de hoje realizando shows por todo o Brasil. Marciano iniciou carreira solo e também atua até os dias de hoje.

Texto: Sandra Cristina Peripato, site  www.recantocaipira.com.br

Embora eu tenha sido vizinho de fazenda do Marciano – ele morava na Fazenda São Geraldo e eu na Fazenda América, no triângulo das divisas dos municípios de Avaí, Bauru e Piratininga, sem nunca saber ao certo a qual municípios pertenciamos; trabalhamos na roça, jogamos futebol juntos, frequentávamos os bailinhos nas fazendas, etc. - acabei mesmo fazendo amizade com o João Mineiro quando entrei para o rádio. O Marciano sempre foi muito reservado, uma pessoa fechada de poucas conversas; já o João Mineiro era muito extrovertido, brincalhão, e contador de piadas, principalmente de piadas de mineiro. Quase sempre, depois de tomar uma pinguinha, pedia abacaxi; segundo ele, para tirar o zinabre da garganta. Mesmo no auge da fama, foi sempre o mesmo.

Para a segurança dos artistas a Polícia sempre os escoltava do hotel até o local do show, e o João Mineiro odiava isso, principalmente quando ele tinha que se deslocar numa viatura policial.  Então, quando se apresentava na Região de Bauru, quase sempre me ligava para eu buscá-lo no hotel com meu carro. “Odeio andar de carburão; aqui no seu carro ninguém vai me reconhecer” dizia. Claro, ninguém poderia imaginar que o João Mineiro estivesse dentro daquele chevetinho velho. Como eu tinha credencial para entrar nesses locais, a gente entrava e saía sem que ele fosse notados. Depois do show era pinguinha com abacaxi. Eu sempre providenciava um lugarzinho discreto para levá-lo depois do show, já com com recomendas: além da pinguinha, um abacaxi inteiro sem descascar. Ele descascava o abacaxi, segura-o por inteiro, ia cortando e comia até o talo. Às vezes a gente saia do show e ia para alguma festa promovidas pelos promotores do evento – coisa que o João também odiava, mas fazia parte. Nesses locais a gente tinha dificuldade para entrar com meu chevetinho; aí ele tinha que se indentificar. E ainda me apresentava como seu acessor de imprensa.

Da família do João, conheço apenas Celina da dupla “As Marcianas”, outra pessoa fantástica, exatamente como o pai. A toda a família, amigos e adimiradores do João Mineiro, meu mais profundo sentimento. Que Deus o tenha, João!

Tião Camargo

domingo, 18 de março de 2012

Sorocabinha

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O Livro “Sorocabinha – a raiz da música sertaneja”, será lançado dia 20/03/2012, das 18h00 às 21h30, na Livraria Nobel no Shopping Piracicaba, na Cidade de Piracicaba. O livro, escrito por Maria Imaculada da Silva, filha do Sorocabinha, contém muitas informações que podem ser utilizadas por pesquisadores, por reviver o período inicial da história da música sertaneja de raiz. Traz também ilustrações, fotos de época restauradas e texto atualizado e revisto pela nova ortografia.

Saiba mais sobre o livro e Sorocabinha aqui no blog do Clube da Viola de Bauru: http://clubedavioladebauru.blogspot.com.br/2011/11/livro-sorocabinha_27.html

terça-feira, 6 de março de 2012

Saudade Sertaneja – Volume 32

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Foto do Museu do Boiadeiro de Botucatu

  1. Bota a Mão na Roda (Raul Torres) - Raul Torres e Regional Colúmbia (1934)
  2. Caipira no Mercado (R. Torres, Attílio Grany e Pescuma) - Raul Torres e Pescuma (1930)
  3. Catirina (Versos do Folclore, Música de João Pernambuco) - Jararaca e Zezinho (1930)
  4. De Papo P'ro Ar (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano) - Faustão Formenti (1930)
  5. Meu Jardim (Laureano) - Irmãos Laureano (1934)
  6. Nitinho Soares (Cornélio Pires) - Mariano e Caçula (1930)
  7. Passa Morena (Zé Messias) - Zé Messias e Parceirros (1930)
  8. Purfiando (Cornélio Pires) - Marido e Mulher (1929)
  9. Samba Sambeiro (Mariano e Caçula) - Mariano e Caçula (1934)
  10. Segredo se Guarda (Raul Torres) - Raul Torres e Joaquim Vermelho (1934)
  11. Segura o Coco, Maria (Raul Torres) - Raul Torres e Grupo Chorões Sertanejos (1932)
  12. Sereno Cai (Raul Torres) - Raul Torres e seu Conjunto, Partic. Francisco Alves (Odeon Grav. 24-05-1933)
  13. Situação dos Homens (Ochelsis Laureano) - Laureano e Soares (1934)
  14. Sururú no Galinheiro (Raul Torres) - Raul Torres e seu Conjuncto (Odeon Grav. 23-04-1934)
  15. Tá Vendo Muié (Raul Torres) - Raul Torres e Seu Bando de Baitacas (1931)
  16. Trepei na Roseira (Joaquim Nogueira e Raul Torres) - Raul Torres e Joaquim Vermelho e seu Conjuncto (Odeon 2. 1934)
  17. Triste Apartamento (Arlindo Santana) - Arlindo Santana e Vila Nova (1929)
  18. Vida de Violeiro (Zico e Ferrinho) - Zico Dias e Ferrinho (1933)

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Inezita Barroso (1960) Eu Me Agarro na Viola

inezita6Nesta homenagem que prestamos à Inezita Barroso pelos seus 87 anos de vida, aproveitamos para homenagear todas as mulheres pelo “Dia Internacional da Mulher” (08/03), em especial a mulher caipira.

  1. A trôco de quê (Luiz Vieira) (1960)
  2. A voz do violão (Francisco Alves e Horácio Campos) (1960)
  3. Boi Amarelinho (Raul Torres) (1960)
  4. Canção da guitarra (Marcelo Tupinambá e Aplecida do Carmo) (1960)
  5. Eu me agarro na viola (Tirana de Vila Nova) (Motivo Popular, Recolhido por Waldemar Henrique) (1960)
  6. Leilão (Hekel Tavares e Juracy  Camargo) (1960)
  7. Meu baralho (Edvina Andrade) (1960)
  8. Moda da mula preta (Raul Torres) (1960)
  9. Moda da onça (Recolhida por Inezita) (1960)
  10. Moda do boi amarelinho (Raul Torres) (1960)
  11. Moda do bonde camarão (Mariano da Silva e Cornélio Pires) (1960)
  12. Urutáu (Lamartine Paes de Barro Machado) (1960)

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Inês Madalena Aranha de Lima nasceu em 04 de março de 1925 no Bairro Barra Funda na capital paulista.

Começou a cantar aos sete anos de idade. Aos nove, já admirava o poeta modernista Mário de Andrade, que morava ao lado de sua casa à Rua Lopes Chaves na Barra Funda, em São Paulo, a quem esperava passar todo dia enquanto brincava de patins. Aos 11 anos, começou a estudar piano.

Desde criança, conhecia Raul Torres que, tendo sido colega de seu pai na Estrada de Ferro Sorocabana, ia com freqüência à sua casa, onde cantava quando ela fazia aniversário.

Apesar de ter sido criada na capital, Inezita tinha verdadeira paixão pela música caipira. Seu contato com a natureza era nos finais de semana e quando passava as férias na casa de parentes que moravam na roça. Desde cedo desenvolveu o gosto pela música caipira, mas enfrentou duros preconceitos, pois na época cantar e tocar viola não era atividade para mulher. A família era totalmente contra.

Inezita fez faculdade de Biblioteconomia, pois tinha verdadeira adoração por livros.

Casou-se na década de 40 com um pernambucano e iniciou sua carreira cantando músicas folclóricas recolhidas por Mário de Andrade, na Rádio Clube do Recife. O nome Inezita Barroso surgiu de seu nome Inês que também era o nome de sua mãe, e Barroso era o sobrenome de seu marido.

Estreou como atriz no filme "Ângela", de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida, em 1950, pela Companhia Vera Cruz, . No mesmo ano, estreou na Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Em 1951, passou a atuar na Rádio Record, onde apresentou em 1954, o programa "Vamos falar de Brasil". Ainda em 1951, gravou seu primeiro disco, interpretando "Funeral de um Rei Nagô", de Hekel Tavares e Murilo Araújo e também "Curupira", de Waldemar Henrique. Em 1953, gravou "O canto do mar" e "Maria do mar", de Guerra Peixe e José Mauro de Vasconcelos. No mesmo ano, gravou dois de seus maiores sucessos, a moda "Marvada pinga", de Cunha Jr., e o samba "Ronda", de Paulo Vanzolini.

Ainda em 1953, participou dos filmes "Destino em apuros", de Ernesto Remani e "Mulher de verdade", de Alberto Cavalcanti. Com este filme, recebeu o Prêmio Saci, de melhor atriz. Em 1954, gravou "Coco do Mané", de Luiz Vieira e passou ainda a apresentar, semanalmente, programas sobre folclore na TV Record. Recebeu o Prêmio Roquette Pinto de melhor cantora de rádio da Música Popular Brasileira, e o Prêmio Guarani como melhor cantora de disco. Participou dos filme "É proibido beijar", de Ugo Lombardi e "O craque", de José Carlos Burle.

Em 1955, gravou as canções de domínio público, "Meu casório" e "Nhá Popé". No mesmo ano, participou como atriz e cantora do filme "Carnaval em lá maior", de Adhemar Gonzaga, que representou o Brasil no Festival de Punta Del Este no Uruguai. Ainda em 1955, recebeu novamente os Prêmios Saci, como melhor atriz, e Roquette Pinto, como melhor cantora de Música Popular, com o disco "Vamos falar de Brasil".

No LP "Inezita apresenta", gravou composições de Babi de Oliveira, Juraci Silveira, Zica Bergami, Leyde Olivé e Edvina de Andrade, do folclore paulista, mineiro e baiano. Em 1956, publicou o livro "Roteiro de um violão". Em 1958, gravou outro de seus grandes sucessos, a valsa "Lampião de gás", de Zica Bergami e Hervé Cordovil. Gravou, também, a clássica toada "Fiz a cama na varanda", de Dilu Melo e Ovídio Chaves. Em 1960, gravou, de Mariano da Silva e Cornélio Pires, a moda de viola "Moda do bonde camarão", que tornou-se outro grande sucesso de sua carreira, e "Moda da onça", do folclore recolhido por ela.

Em 1962, saiu da Record e começou a enfrentar dificuldades para fazer gravações, em virtude da manutenção intransigente de uma linha de trabalho da qual não abriu mão. Em 1969, recebeu um troféu do I Festival de Folclore Sul-Americano, na cidade de Salinas no Uruguai. Nos anos 1970, dedicou-se a viajar realizando pesquisas musicais, além de realizar recitais pelo interior do país e fazer gravações para programas especiais para diversos países, entre os quais, União Soviética, Israel e Estados Unidos.

Em 1970, realizou documentário que representou o Brasil na Exposição 70, no Japão. Em 1972, lançou o segundo volume dos "Clássicos da música caipira", no qual interpretou, entre outras, "Rio de lágrimas", de Piraci, Lourival dos Santos e Tião Carreiro, "Divino Espírito Santo", de Canhotinho e Torrinha, "Destinos iguais", de Capitão Furtado e Laureano e "Rei do café", de Teddy Vieira e Carreirinho.

Em 1975 gravou o disco "Inezita de todos os cantos", no qual interpretou pontos de candomblé, sambas anônimos do Rio de Janeiro e Niterói, números folclóricos de Mato Grosso, além das composições "Negrinho do pastoreio", de Barbosa Lessa e "Asa branca", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A partir de 1980, começou a apresentar o programa "Viola minha viola", aos domingos, pela TV Record de São Paulo. Por essa mesma época, realizou recitais e conferências pelo Brasil, além de apresentar-se com Oswaldinho do Acordeon em shows do Projeto Pixinguinha.

Em 1985, foi homenageada pela Escola de Samba Oba-Oba, de Barueri, em São Paulo, que cantou sua vida e obra em enredo de carnaval. No mesmo ano, após cinco anos sem gravar, lançou,pelo selo independente Líder, o LP "Inezita Barroso: A incomparável", cujo repertório foi escolhido pelos fãs. Nesse período, apresentou por cinco anos na Rádio Universidade de São Paulo o programa "Mutirão". A partir de 1990, e durante nove anos, apresentou na Rádio Cultura AM o programa "Estrela da manhã", das cinco às sete horas da manhã.

Em 1996, gravou com o violeiro Roberto Corrêa o CD "Voz e viola", no qual interpretou, entre outras, "Flor do cafezal", de L. C. Paraná, "Perfil de São Paulo", de Bezerra de Menezes, "Tamba-tajá", de Waldemar Henrique, "Chalana", de Mário Zan e Arlindo Pinto e "Romaria", de Renato Teixeira. Também com Roberto Correia gravou o CD "Caipira de fato", em 1997, interpretando entre outras, "A coisa tá feia" e "A viola e o violeiro", de Tião Carreiro e Lourival dos Santos, "Siriema", de Mário Zan e Nhô Pai e "Adeus Campina da Serra", de Cornélio Pires e Raul Torres. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Sharp de Melhor Cantora Regional.

Ficou conhecida como "A Rainha do Folclore" e é identificada com o que muitos definem como a "genuína música sertaneja".
Desde 1980 Inezita Barroso apresenta o tradicional Programa Viola Minha Viola da TV Cultura de São Paulo, que já está no ar há 29 anos. Ela se apresentou na terceira edição do programa. e daí para frente passou a comandar a apresentação do programa ao lado de Moraes Sarmento.
Hoje aos 84 anos Inezita Barroso continua viajando por todo o Brasil realizando seus shows juntamente com o Regional liderado por Joãozinho, e continua apresentando o tradicional "Viola Minha Viola".

Em sua gloriosa carreira Inezita soma mais de 60 discos gravados entre 78 rpm, Lps e Cds. Neste ano ainda lançará seu mais recente trabalho, e tem o projeto de gravar seu primeiro DVD ao vivo ainda neste ano.

Como atriz, atuou em 9 filmes: "Ângela" em 1950, "Destino em Apuros" e "Mulher de Verdade" em 1953, "O Craque" e "É Proibido Beijar" em 1954, "Carnaval em Lá Maior" em 1955, "O Preço da Vitória" em 1956, "Isto é São Paulo" em 1970, e "Desejo Violento" em 1978.
Foram inúmeros os sucessos que fez nestes anos todos, entre eles destacamos "Marvada Pinga" e "Lampião de Gás".

Texto: Sandra Cristina Peripato – site www.recantocaipira.com.br

domingo, 4 de março de 2012

Sobre as inscrições para as aulas de viola e violao

Lamentamos e pedimos descupas às pessoas que compareceram ao CSU da Bela Vista neste domingo para fazer suas inscriões para as oficinas de Viola e Violão pelo fato de não poderem ser recebidas na Sede do Clube da Viola. O espaço que o Clube da Viola de Bauru ocupa atualmente no Centro Social Urbano (CSU), no Jradim bela Vista em Bauru, foi cedido pelo ex-delegado regional de Esporte, Artêmio Caetano. O CSU pertence ao governo estadual – ou seja, a todos nós – e está vinculado a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado. Houve algumas mudanças na direção do clube e o atual Diretor me pediu que fizesse o pedido por escrito, apenas por uma questão de formalidade. Fiz o pedido e ele indeferiu, alegando que o indeferimento veio de São Paulo. Como todo o espaço do CSU foi cedido à Prefeitura de Bauru, conversamos com o Prefeito Rodrigo e ele nos autorizou a permanecer no local até segunda ordem. Nesse domingo, íamos fazer as insrições anunciadas no Jornal da Cidade, mas o Diretor não nos deixou entrar alegando que, por ordem de São Paulo, nem mesmo a Prefeitura de Bauru tem ordem acessar às dependências do CSU aos sábados e Domingos.

Lamentamos e pedimos que os interessados comparecem nesta segunda-feira, às 18h00, no mesmo local, para efetuar suas inscrições.

Tião Camargo

Presidente do Clube da Viola de Bauru

Festa do Milho 2012

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quinta-feira, 1 de março de 2012

Festival Carreirinho

Festival Carreirinho

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dia 22/04/2012 ás 15:00h, na inauguração da

Sala do Carreirinho, apresentação da dupla

Dia 22/04/2012  no encerramento do Festival Show com

Durante o festival será inaugurada a Sala do Carreirinho com objetos pessoais doados pelos familiares e  apresentação da dupla Carreiro e Pardinho Filho.

Adauto Ezequiel

Uma justa homenagem a um dos maiores Violeiros que o Brasil já teve.

http://www.festivalcarreirinho.blogspot.com/

Adauto Ezequiel (Carreirinho) nasceu em Bofete-SP no dia 15 de outubro de 1921. Filho do Sr. João Batista e da Dona Domitilde Maria Pereira. João Batista plantava café, e tinha criação. Foram três filhos, um menino e duas meninas. "Seu" João Batista era vizinho de "Sô" João Tropeiro, excelente violeiro de quem Adauto ficava apreciando o pontear da viola.

Sendo neto de Alemães, seu nome seria Adauto Humziker; o escrivão, no entanto, "achou Humziker complicado demais" e acabou registrando o menino como Adauto Ezequiel. E, dos alemães, Carreirinho só herdou os olhos azuis. De resto, ele era bem brasileiro.

Nunca "pegou duro" nas lidas da roça. Tendo sido o caçula, era "poupado". Mexia com o gado leiteiro, com amansação das potrancas e quando sobrava um tempinho, lá estava o Adauto com a viola no colo, presente que lhe foi dado por seu pai, apesar de muita resistência inicial, já que seu João achava que "viola era coisa de vagabundo...".
Com 15 anos, mudou-se para Pardinho-SP onde foi pedreiro e "ajudou a construir a igreja matriz do lugar", como Carreinho sempre se orgulhou.

Já na escola, fazia seus versos e tocava a viola. Em 1936, no último ano do curso primário, tocou pela primeira vez em público, apresentando a moda de viola (de sua autoria) "Minha Vida" em sua festa de formatura, pelo que foi bastante aplaudido.
Começou a se apresentar em festinhas e circos de Sorocaba-SP, cantando músicas de Raul Torres. E foi num circo em 1945 que formou a primeira dupla, Adauto e Ferraz, a qual durou um ano.

Em 1946, seguiu para a capital paulista onde formou uma segunda dupla com Piracicaba, adotando o nome de Botucatu, na dupla "Piracicaba e Botucatu". Ficaram juntos durante um ano.

Em seguida Adauto mudou o nome para Pinheiro e juntou-se ao investigador de polícia José Stramandiola, que passou a chamar-se Zé Pinhão, e formaram a nova dupla "Zé Pinhão e Pinheiro". Em junho de 1947, estrearam no programa "Sítio do Bicho de Pé", na Rádio Record de São Paulo.
Stramandiola, no entanto, sendo policial, não encontrava compatibilidade de horário entre o seu emprego e a música. Acabou optando pela polícia. E a dupla "Zé Pinhão e Pinheiro" se desfez naquele mesmo ano.[

Em seguida, Adauto formou a nova dupla (e a primeira de grande sucesso) com Lúcio Rodrigues de Souza (nascido em 1923, em Santa Rita do Passa Quatro-SP e falecido em 21/05/1970).

Adauto Ezequiel na verdade havia se sentido "perdido", sem dupla. "... Um dia, era domingo, eu estava ouvindo o "Chico Carretel" na Rádio Piratininga. Ouvi lá: Lúcio Rodrigues e Fortaleza. Escutei, prestei atenção e vi logo: tá aqui a minha segunda voz. Me arrumei e corri lá prá Piratininga, que ficava ali na Praça Patriarca. Quando cheguei, tinha um café em baixo e perguntei pelo tal Lúcio Rodrigues. Tinha acabado de sair. Me deram o endereço dele. Um prédio na Alameda Gretchen, em frente a garagem dos bondes. Fui lá. Ninguém conhecia Lúcio Rodrigues. Por sorte alguém lá no café tinha me contado como ele era. Mulato, magro, um metro e setenta, cabelo onduladinho... Já voltava, vindo embora, quando vi um moço indo em direção àquele prédio e que se parecia com aquela descrição. Aí falei comigo: "Vou gritar Lúcio, se ele olhar é porque é ele"... e gritei. Nos apresentamos, falei o que eu queria mas ele disse que num tinha interesse... Que tava bom com o Fortaleza... Dava um dinheirinho prá pagar o cigarro e o almoço. Ai, eu disse prá ele que comigo ele podia, no programa da Rádio Record, ganhar uns seiscentos por mês. Isso era mais ou menos uns três ou quatro salários da época. Ele num disse nada mas ficou com meu endereço. Na semana seguinte chegou em minha casa já trazendo "Canoeiro"..."

E a Rádio Record organizou um concurso para a escolha do nome da dupla. Foram dadas diversas sugestões, tais como "Tupi e Tupã", "Pardinho e Pardal" e "Minguinho e Mingote". Mas o nome escolhido pelo público, que havia votado por carta, foi "Zé Carreiro e Carreirinho" que passou a ser o nome da dupla formada por Lúcio Rodrigues de Souza e Adauto Ezequiel, respectivamente.

Aliás, ninguém melhor do que o próprio Carreirinho para nos dizer quem foi Zé Carreiro: "...na minha vida foi tudo (...) Eu não me destacaria no meio artístico se não fosse o Zé Carreiro. Eu reconheço isso. Fomos feitos um para o outro. Tínhamos duas vozes irmãs (...) Aquela segunda voz era suave, bonita, e se encaixou com a minha que foi uma beleza (...) Não nos dávamos muito bem, tínhamos alguns desentendimentos, mas profissionalmente, nos respeitávamos muito..."

O primeiro disco da dupla "Zé Carreiro e Carreirinho" foi um "bolachão 78 RPM" gravado pela Continental, contendo o cururu "Canoeiro" (Zé Carreiro e Nicola Caporrino "Alocin") e, a moda de viola "Ferreirinha" (Carreirinho). Lúcio e Adauto, na verdade, já faziam sucesso ao vivo no Rádio com o cururu "Canoeiro", e os Irmãos Perez, já famosos com o nome de Tonico e Tinoco, haviam se interessado em gravar a respectiva composição.

Zé Carreiro e Carreirinho consentiram em ceder a música, mediante a promessa do lançamento do seu primeiro disco, que foi gravado em 05/07/1950 e lançado em outubro do mesmo ano, com as duas composições já mencionadas; e o sucesso foi tão grande que a Continental assinou com a dupla um contrato de três anos.

Algumas duplas que faziam sucesso na época: Raul Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Palmeira e Luizinho e Serrinha e Caboclinho, apenas para citar algumas.
Zé Carreiro e Carreirinho gravaram vários LPs e atuaram por dez anos na rádio Record com bastante audiência. No final da década de 50, no entanto, o parceiro Zé Carreiro teve que abandonar a carreira artística devido a problemas nas cordas vocais e também por um problema de surdez.

Carreirinho conheceu, na época, em Araçatuba-SP um mulato mineiro, bom violeiro com belíssima voz grave que causava admiração geral. Carreirinho formou então a nova dupla com José Dias Nunes, o Tião Carreiro, nome que foi sugerido por Teddy Vieira. Com quatro anos de duração, 10 discos 78 RPM e um LP lançados, a dupla "Tião Carreiro e Carreirinho" se desfez, já que Tião também "tinha luz própria" e procurou por "um parceiro que permitisse que seu peito aparecesse mais". E o "deus carrancudo" formou a inesquecível dupla com Antônio Henrique de Lima, o Pardinho (nascido em São Carlos-SP em 12 de julho de 1932 e falecido em Sorocaba-SP em 01/06/2001).

Após ter vivido algum tempo em Maringá-PR, Carreirinho retornou a São Paulo-SP em 1968 e formou com sua esposa, também compositora, Iracema Soares Gama, a nova dupla "Zita Carreiro e Carreirinho", a qual durou 16 anos, com 12 LPs, dois compactos duplos e um compacto simples.
Em 1984, Carreirinho formou dupla com Zé Matão, com quem gravou cinco LPs em cinco anos de carreira.

E foi em 1991 que Carreirinho formou juntamente com Sebastião Gonçalo, nascido em Três Corações-MG, a dupla "Carreiro e Carreirinho", tendo gravado um LP e diversos CDs. Com o Carreiro, Carreirinho se manteve "na estrada" por mais de 14 anos, praticamente até seus últimos os dias de vida.

Mesmo com a idade avançada, tendo ultrapassado os 80 anos, Adauto Ezequiel continuava gostando do que fazia. E seu mais recente parceiro, o Carreiro, é também um grande estudioso da obra da antiga dupla "Zé Carreiro e Carreirinho".

Carreirinho também chegou a formar, como que "por brincadeira", uma dupla com Sulino, a qual chegou a gravar um "CD Artesanal", tendo algumas das mais belas composições de ambos os autores, interpretadas pela dupla "Sulino e Carreirinho".

Conforme já foi dito acima, as cidades de Bofete-SP e Pardinho-SP foram fundamentais na vida e na Obra Musical do Carreirinho, e são freqüentemente mencionadas nas letras de suas belíssimas modas de viola. Observa-se até uma certa "competição" entre as duas cidades e muita gente conta suas "estórias", com frases do tipo "...Carreirinho nasceu em Bofete-SP, mas foi em Pardinho-SP que aprendeu a tocar viola...".

A cidade de Pardinho, planejava fazer um monumento, algo como que um "Túmulo Simbólico" (Cenotáfio) para o Ferreirinha (personagem fictício), já que a tragédia teria ocorrido "... No Campo do Espraiadinho / Era a 28 Km da Cidade de Pardinho...", Bofete "saiu na frente" e construiu o monumento ao Carreirinho.

Lamentavelmente, porém, um ato de vandalismo destruiu a estátua que homenageava o Carreirinho em sua Bofete natal, restando somente a Placa Metálica, onde podemos ler: "Nasci em Bofete, Na Costa da Serra, Até aos 15 Anos, Vivi nessa Terra. Adauto Ezequiel (Carreirinho). Começou a cantar com 06 anos de idade. Ganhou sua primeira viola aos 10 anos. Aos 15 anos mudou-se para Pardinho. Até os dias de hoje são 1680 músicas gravadas. Esta é a homenagem de Bofete, através do Prefeito José Carlos Roder e da Vice-Prefeita Patrícia Jamila de S. Correa. A um Ilustre Filho de Bofete. Valorizando o que é nosso. Adm - 2001 - 2004."

Há a promessa da entrega da Estátua de Carreirinho restaurada.
O nome do Carreirinho ocupa, sem dúvida, um lugar de grande destaque, como "Patriarca" na história da m úsica caipira raiz, tendo sido inclusive o "codificador" da autêntica moda de viola.

E, quando contava 87 anos de idade, Carreirinho teve que ser internado, no dia 17/03/2009, no Hospital Evaldo Foss, em São Paulo-SP, onde se encontrava praticamente em coma, em conseqüência de uma queda ocorrida em sua residência, seguida da batida da cabeça na geladeira. A partir daquele momento, ele desmaiou e foi internado de imediato.

Carreirinho exalou seu último suspiro às 00:30 de sexta-feira (27/03/2009), deixando um enorme vazio na História da música caipira raiz...
Seu corpo foi sepultado no Cemitério Jaraguá, na Via Anhangüera, na Capital Paulista.

Zequinha de Campos, de Bofete-SP, escreveu o texto abaixo, homenageando o Carreirinho, e citando ao mesmo tempo o nome de suas principais composições:
"ADAUTO EZEQUIEL... O nosso querido Carreirinho, sempre teve o PEITO SADIO, nascido no Bairro do Óleo, na cidade de Bofete-SP, em 15 de Outubro de 1921, numa CASA BRANCA DA SERRA que, por seu DOM DE POETA e grande PATRIOTA, deixou um legado para os seus admiradores que jamais será esquecido. Em sua trajetória de AMOR E FELICIDADE, também não lhe faltou PRANTO DE DOR, SAUDADE ou SOLIDÃO CRUEL, mas que também faziam parte de sua longa vida.

A canga do tempo pesou e calejou os ombros cansados do Cantador, mas nos tempos idos, já no ROMPER DA AURORA, pegava a sua inseparável Viola e cantarolava a MELODIA DA SAUDADE, que retratava a VIAGEM PENOSA, talvez imaginando a ÚLTIMA VIAGEM. Muitas vezes sentado no alpendre do seu RANCHO DE TAQUARA, que também era o RANCHO DA FELICIDADE, ficava RECORDANDO ZÉ CARREIRO seu parceiro inseparável e naquele PULMÃO DO MUNDO, poderia se deslumbrar com a ROSA BRANCA que exalava um perfume embriagador. E a ROSA, MADALENA, ANA ROSA, FLORAY, SABRINA? Por certo inspiraram a compor as suas lindas canções.

Por muitas vezes saboreando a pura GOSTOSURA fica recordando dos companheiros que também já haviam cumprido suas missões, vinha na mente o FERREIRINHA, CATIMBAU, JOÃO BOBO. Jamais se esqueceu do BOI CIGANO, da SUCURI, BOI SOBERANO. O tempo foi passando e num ADEUS À MOCIDADE com o ESPELHO DA VIDA já anunciando a sua longa estrada, compôs MEU CARRO É MINHA VIOLA, SAUDADE DE MINHA TERRA, A MORTE DO CARREIRO e tantas outras que ainda viriam enriquecer ainda mais o seu vasto repertório.

Carreirinho exaltava duas cidades as quais amava muito, uma era Bofete-SP, seu berço de nascença e outra era Pardinho-SP, onde viveu a infância e parte de sua juventude.
Carreirinho não foi o DONO DO MUNDO, tampouco REI DO CAFÉ ou REI DO GADO, mas, com toda certeza foi O REI DOS VIOLEIROS. Era muito festeiro e na NOITE DE SÃO JOÃO, VIOLA E O VIOLEIRO encantavam a festa, tinha BOMBARDEIO de rojões que rasgava o céu iluminando no negrume da noite. Tinha também a CABOCLINHA, AS TRES CUIABANAS, A FILHA DO FERREIRINHA e o PALHAÇO da Folia de Reis.

Em sua longa e feliz caminhada também teve TRISTE DESENGANO que é COISA DA VIDA, teve JURAMENTO QUEBRADO, talvez pelas conseqüências, mas sempre teve um PEITO AMIGO nas horas em que a nostalgia se fazia presente. E no NOTURNO em que FLOR DA NOITE ou a FLOR PROIBIDA vagava pelos becos da vida a procura de um amor por meros momentos, onde MAIS UMA TAÇA com sabor de fel era degustada dando um ADEUS A BOEMIA.
E a SAUDADE DE ARARAQUARA, CANOEIRO, PIRANGUEIRO, ARREPENDIDA, A MORTE DO CARREIRO, DEVER DE UM MÉDICO, modas eternizadas do seu repertório que encantam todas as gerações.

Quis o destino que o homem da TERRA ROXA, COMPANHEIRO DO FERREIRINHA, tombasse numa ESPARRELA e o CRUEL DESTINO o levasse para se encontrar com seus companheiros de noitadas de Violas. E, num último ADEUS A SÃO PAULO, a MAIOR FERA DO MUNDO sertanejo se despediu com a MISSÃO CUMPRIDA. Ele continua sendo a RIQUEZA DO BRASIL, um CANÁRIO DOURADO a voar neste espaço sem fim. Do FACÃO DO CRISTIANO só restou história. Na sua composição SÓ PELO AMOR VALE A VIDA, ele nos deixou uma experiência e valores a serem seguidos. Desse seu PADECIMENTO da PASSAGEM DO DESTINO onde houve a determinação do nosso Senhor Deus, com certeza está cantando com um coro de Anjos a antológica canção RINCÃO DE MINHA TERRA.

ADAUTO EZEQUIEL... O Nosso Querido CARREIRINHO já é um dos GRANDES HOMENS DO PASSADO que vive no nosso presente. Porque quando perdemos alguém, nós só valorizamos muito mais após a partida, é uma sensação que sinto neste momento, sempre enalteci o Carreirinho, porém, algo me sufoca neste momento. Estou sentindo a falta irreparável desse homem que foi e continua sendo a Bandeira da nossa Música Caipira. Uma grande tristeza se apossa de minha pessoa neste momento que escrevo esta singela homenagem. Mas não iremos nos curvar agora, é hora de darmos demonstração para não deixar cair no esquecimento os seus feitos, somos um país com muita memória sim, como ele dizia na sua letra "ENQUANTO FORMOS IMITADOS JAMAIS SEREMOS ESQUECIDOS"! "

Texto: Sandra Cristina Peripato

Fonte: www.boamusicaricardinho.com